sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Últimos 362 dias de "inta"

     Meu hoje: 03-01-2013
     Relato em dois atos:
     Um: Metade do dia "desperdiçado" com aquela dor de cabeça infernal que continuou à noite toda, tomou a cervical, a mandíbula e o redor dos olhos. Após um remedinho e um capotamento, foi-se, mas restou uma série de espirros.
     Dois: Metade do dia aproveitado com a resolução do caso daquele móvel e compras de complementação no açougue.
     Ficção: estou escrevendo "hoje".
     Conclusão: Tina* diria que nada melhor que um dia após o outro com uma noite espremida no meio. (Às vezes funciona, outras...)

*Tina não é um nome ficcionado, mas encantado.

Últimos 363 dias de "inta"

     Meu ontem: 02-01-2013
     Relato: entrega de um móvel que não deu certo; telefonema e ida à loja para renegociar; tensão, aborrecimento; compras de mercado no início da noite; uma dor de cabeça infernal como companheira o dia todo.
     Ficção: nenhuma.
     Conclusão: Dia quase inaproveitável ("quase" decorre de me ser impossível acreditar que nada se aproveita de / em um dia na vida).

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Últimos 364 dias de "inta"

     Há dois ou três meses "perdi" a chave do armário que tenho no colégio, aquele armário em que muitos alunos acreditam que eu fico guardada até o sinal das 7h e para o qual retorno às 12:30 ou 18:30! Digo "perdi", pois eu a vi de relance em casa dentro de alguma bolsa, pasta ou maleta revirada várias vezes sem sucesso. Não lamentei (tanto), pois vi no episódio uma oportunidade de treinar o "desapego aos elementos materiais"!
     Pois hoje de manhã, arrumando a maleta de volta para Sampa, após passar metade do último aniversário dos "inta" em Santo Antônio do Pinhal e a virada em Campos do Jordão com direito a queima de fogos e um céu noturno apinhado de estrelas de balões brancos (lindo!), encontro a dita chave! Diria uma grande amiga, a Quíria Eliwal*, que isso é um sinal!
     Racionalmente, sinal de que preciso prestar mais atenção às coisas, uai! Mas, como é 1o. de janeiro e a emoção toda de um recomeço está determinando o clima interior, prefiro interpretar o sinal de outra maneira: não seria o primeiro de muitos reencontros - com coisas e pessoas - que posso viver neste 2013? Resgatar aqueles telefones para os quais não ligo há séculos, dar um olá por aquele imêi guardado há tempos na lista de contatos.
     Dois medos.
     Um: "Cátia? Cátia de onde? Cátia de quê?" A pessoa pode nem se lembrar mais de mim, mano! Talvez o laço, o vínculo que penso reatar nem exista mais... Ou exista lá, naquele período da minha vida, como a calça boca de sino data dos anos 1970 e qualquer revival é passageiro.
     Dois: nenhuma resposta do imêi. Não é o imêi que volta, por estar errado, é aquela resposta que não vem. Então começam as caraminholas: a pessoa não viu o imêi perdido em tantos outros que deve receber; como ela já não tinha o meu endereço, o imêi caiu na caixa lixo ou quarentena; a pessoa não tem tempo de responder; não se emocionou tanto com o reencontro; não me quer mais em sua vida, e o silêncio é o sinal disso. 
     Ainda bem que tenho muitos dias para buscar esses reencontros (e principalmente para tomar coragem de empreendê-los antes de desistir da ideia!).

*nome ficcionado