Benditos os que respondem a nosso “bom dia”, por
educação ou atenção, mas respondem.
Benditos os que não empurram para entrar ou sair do
metrô, independente de “não tem outro
jeito”.
Benditos os que, se não cedem o lugar, oferecem-se
para segurar nossas bolsas no transporte público, mais benditos ainda os que se
levantam para grávidas e idosos (sem precisarmos pedir).
Benditos os que devolvem o troco a mais, fruto do
descuido do atendente, tão benditos os que dão troco, mesmo sendo “só 20 centavos”.
Benditos os que não furam fila, não incorpando o “todo mundo faz”.
Benditos os motoristas que respeitam as
leis de trânsito mesmo quando um transgressor idiota ri-lhes do comportamento.
Benditas as madames que, em sendo madames,
tratam com respeito os seus funcionários ou quaisquer outros.
Benditos os pais que demonstram amor aos
filhos não só quando lhes compram o brinquedo desejado, mais benditos os que
respeitam os filhos, sendo-lhes não só repreensão, mas ouvido.
Benditos os não preconceituosos
verdadeiros, não os que (porque!!) “até
têm um amigo
japa-preto-judeu-gay-gordinho-da terrinha”.
Benditos os que não cometem crimes de
qualquer natureza e benditos os criminosos que se regeneram.
Benditos os que ascendem profissionalmente
pelo próprio mérito e não por puxar o tapete dos outros.
Benditos os que não cedem ao malfadado “jeitinho brasileiro”, ainda que sejam
alvos de zombaria.
Benditos os que são éticos sempre e não
apenas quando lhes convêm, ou quando os holofotes estão acesos.
Benditos os políticos que executam,
legislam e julgam honestamente (bendito o dia em que for obrigatória uma
vírgula antes desse “que”).
Benditos os que não desistem da humanidade,
mesmo quando ela confunde preço com apreço.