quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Ao apagar as velas

Provas, livros, artigos em pilhas.
Atrasada com os prazos,
sempre curtos.
A ideia na ânsia do registro.
Papel, computador a mão.
A mão sem tempo.
Uma linha pró blog

Casórios, separações, despedidas, nascimentos.
Emocionada com as histórias,
sempre únicas.
As ideias nos papelitos.
Arquivos abertos, pastas criadas.
Primeiras escrivinhações.
Uma linha para celebrar.
Uma linha para chorar.

Politicagem, tragédias, (des)respeito, luta.
Perplexa com os absurdos,
sempre abundantes.
As ideias na tormenta.
Dicionários de sinônimos, chá de capim santo.
Palavras suicidas, oprimidas.
Uma linha sobre fulano.
Uma linha do mundo.
Uma linha para revoltar.

Dores, angústias, amores, memórias.
Encantada com a vida,
sempre imprevisível.
As ideias.
Lacunas, rascunhos, afagos, ausências.
Textitos.
Uma linha de mim que sou,
          de mim que desejo,
                 que pareço.
Uma linha de mim.
Uma linha.

domingo, 13 de outubro de 2013

(des)Amor

Confiada a ele,
Descobriu-se
Confinada.

*Publicado originalmente em Palavrarte, 30 de setembro de 2013. (http://portugues.colband.net.br)

Uma canção, não fosse...

Se falo,
     Intromissão
Se calo,
     Omissão.

Se escrevo o que penso,
     Suicídio
Se as palavras disfarço,
     Covardia.

Se salão de beleza,
     Futilidade
Se nenhuma vaidade,
     Desleixo.

Se rima,
     Primário
Se livre,
     Petulante.
    
Se empolgada,
     Ingênua
Se descrente,
     Seca.
    
Se mostro,
     Metida
Se escondo,
     Egoísta.

"Eta vida besta, meu Deus".


*Publicado originalmente em Palavrarte, 16 de setembro de 2013. (http://portugues.colband.net.br)

O bebê e a bala

Dado à luz há pouco, a sombra o roubou com o estampido.
Na mídia mais um número, na sociedade mais uma revolta. Por uma semana.

A mãe viveu morta para sempre.


*Publicado originalmente em Palavrarte, 06 de maio de 2013. (http://portugues.colband.net.br)