segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Últimos 365 dias de "inta"

           Hoje acordei com 39 anos de idade. Para quem almeja viver - desde que com saúde e lucidez (por favor, Deus) - até os 100 anos pelo menos, já vivi pouco mais que um terço, quase quase dois quintos desta caminhada. Para completar, uma amiga queridíssima, Kargyi Somola*, falou para eu aproveitar bem meu último ano dos 30, porque, quando chegam os "enta", eles não nos largam mais!!
     Então, para já cumprir uma das metas de 2013 - escrever uma linha por dia, todos os dias - inauguro a série "Rumo aos 'enta'" com o pensamento de que mais gosto em todo meu aniversário:
     "Pai, o senhor está ficando velho! Eu já tenho 39!"

*nome ficcionado

Sensível ano novo

     Parodiando o poeta, todo o ano a gente faz tudo sempre igual: agradece as conquistas do ano velho, lamenta as mazelas - ou busca esquecê-las -, faz mil desejos para o ano novo. Não vou fugir à tradição, embora meu pedido seja apenas um: sensibilidade.
     Que sejamos sensíveis conosco primeiramente: o que / como (me) sinto? Percebo minhas dores e alegrias? E o que faço a partir disso? Devo realmente fazer algo a respeito? Se "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é", que minha sensibilidade seja a porta de entrada dessa sabedoria.
     Depois, que sejamos sensíveis ao outro para compreender sua dor e queixas, saber ouvi-lo, acolhê-lo, ajudá-lo ou ainda que sejamos sensívies o bastante para saber que não podemos ajudá-lo e que isso não nos pese, que não sintamos culpa pelas escolhas e consequências que são só do outro. Quem sabe minha sensibilidade me indique um outro alguém que, mais capacitado que eu, faça pelo outro o que não posso.
     Não "por fim", mas "também", que sejamos sensíveis ao planeta, de modo que cada um de nós consiga melhorar essa relação tão íntima, mas já tão desgastada, entre o homem e a natureza. Que pensem ser papo de ecochato, clichê ou balela, eu sinto como necessidade.
     Se a tecnologia eliminou (?) barreiras e diluiu (?) fronteiras, que nossa sensibilidade vá além do "curtir", do "compartilhar" e dos "acessos" virtuais: que curtamos o calor de um abraço, que compartilhemos aquele mero cafezinho ou a esperada pizza do fim de semana, que acessemos a sala de estar uns dos outros - ou o jardim, para quem ainda desfruta esta dádiva - e possamos, juntos, dar boas risadas, trocar palavras de apoio, chorar, rir, silenciar.