Não tenho direito
de, autoridade ou competência para fazer crítica teatral. Se me perguntarem
sobre luz, figurino, atuação, fico limitada a gosto/não gosto, achei bom/achei
ruim. Mas penso que posso falar de histórias. Vividas e inventadas. E de
personagens.
Na última
terça de novembro, o Teatrando encerrou a temporada do “Na madrugada”,
espetáculo teatral – e musical (Ave, Cazuza!) – em cujo elenco encontrei
(ex)alunos. Um feliz encontro tardão, não cedinho como de costume. E diferente
do costume também foi vê-los, ouvi-los ali, transformados, transfigurados. Essa é a voz dele? Que gesto este dela!
Mas voltemos à ficção.
O enredo
poderia ser o de muitos filmes, seriados de hoje ou dos anos 80: a esticadinha
de um grupo de adolescentes após o baile de formatura. Poderia ser só isso, ou
clichê, ou caricato ou bobíssimo até. Mas aquele encontro de jovens, que
consomem quase todo o bar da anfitriã, vai se transformando aos poucos, se
intensificando madrugada adentro. As palavras, os olhares e os gestos vão nos
dando pistas dos dramas individuais e coletivos intrincados.
Como no
ritual dos bailes de formatura, vão se apresentando aos poucos cada personagem.
Laura, a anfitriã de primeira viagem, tão insegura que chega a se surpreender
com a chegada dos amigos que ela mesma convidou. Alice e Caetano, inusitado
casal de amigos, ele certinho, boa gente e ela quase guerrilheira, deslocada naquele
grupo, mas nem tanto quanto pensa. Karen e Luís Guilherme, o casal que,
preconceituosamente, poderia ser renomeado como Patricinha e Mauricinho.
Dispensariam, pois, maiores caracterizações, não fosse o despertar da princesa
Karen para o mundo real.
E como a
noite nunca tem fim, conhecemos ainda um quase trio e uma dama solitária.
Ingrid, a amiga fiel, com doçura oposta aos tensos gestos de quem guarda um
segredo (ou mais?); Elis, acusada de tudo, vítima do inexorável; Cauê, o (ex)namorado
de Elis, perturbado por aquilo que ela não conta...E Paloma, a mais “velha”, sensualmente
misteriosa, desejosa da íntima verdade.
Todos
querendo ver no escuro do mundo, precisando dizer que amam. Para a noite sem
fim da vida breve, só mais uma dose.
Uau, Cátia! Adorei suas palavras e reflexões sobre a peça!! Mais uma vez, obrigada por ter ido! Eu sempre admirei muito meus professores, então tê-los presentes em minha peça (algo tão especial e tão importante na minha vida), é muito emocionante! Obrigada pelo prestígio! Grande beijo!!
ResponderExcluirBeatriz Belintani
Ah, querida! Privilégio o meu de vê-la atuando! "Sabe ela? Foi minha aluna!" Adoro dizer isso! Que sua estrela brilhe sempre! bj
ExcluirObrigada, Cátia!! <3
ExcluirUma pessoa sensível na plateia. Só pela crônica valeu a pena. Obrigado!
ResponderExcluirParabéns por sua direção, por nos revelar meninos e meninas tão talentosos!
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