sexta-feira, 7 de março de 2014

Monstro imaginário

Meu monstro não é sem cabeça, de uma perna só,
carrega um saco, mora no escuro ou parece o Boitatá.
Meu monstro não vem da África, Ásia ou Oceania,
muito menos dos castelos europeus.

Meu monstro não é um boi, nem tem a cara preta,
não pega como a Cuca, não mora embaixo de minha cama.
Meu monstro não me atormenta na lua cheia ou na 
                                [sexta-feira treze,
muito menos me espreita nos bosques hollywoodianos.

Meu monstro não está na rua deserta, na arma do bandido,
no ponto de drogas ou após a faixa amarela do metrô.
Meu monstro não é a infecção, o câncer,
a cegueira ou a amputação.

Meu monstro, calma e solenemente,
sem alarde, embora espere resposta,
apenas diz:
Você não vai conseguir”.

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