- Você morou
em Jaçanã, não é?
- Não. Vila
Zilda. É perto.
- Serve. Sabe
aquela música daquele cara que fala engraçado?
- Não.
- Ele fala
meio enrolado, quase não dá para entender...
- Não.
- Acho que
ele mora com a mãe.
- ???
- Vem cá,
como você fazia para chegar até lá?
- Ia de
ônibus.
- Não, não é
ônibus.
- Eu ia de
ônibus, já disse!
- É bonde,
não é?
- Quê?
- O cara da
música. Vai de bonde.
- Não sei do
que você está falando.
- Puxa, cara,
queria tanto me lembrar de alguma coisa.
- ...
- Ah, eu sei
que ele não pode ficar mais com a namorada.
- E por quê?
- Sei lá.
Acho que a mãe dele não deixa.
- Cara, isso
parece conversa de doido.
- Tem uma
coisa tipo Cinderela, sabe? Aquela coisa de meia-noite vira abóbora?
- Sério, vou
nessa.
- Peraí!
Lembrei: é de trem...
- Trem das
onze?!
- Acho que é
isso! Qual o nome do cara?
- Adoniran
Barbosa.
- Isso! Cara,
salvou a minha vida!
- Falô!
- Ei, tem o
celular dele?
- “Não posso
ficar, nem mais um minuto com você”...
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