quinta-feira, 6 de abril de 2017

Coisas e pessoas


Me perguntam
Por que uso coisas
Dadas por amores passados.

Uai! E as coisas têm culpa
Das tolices humanas?

E as coisas não guardam antes
As boas sensações dos momentos
Em que a mim chegaram?

E por que agora,
Que os amores se foram,
Elas devem ser destruídas?
Por que simbolizariam tristeza?

São as gentes
Que fazem a esparrela.

As coisas só se quedam
Nos observam
E suplicam nosso olhar
Vazio de mágoa.

Não têm culpa as coisas.

São as gentes,
Que com suas pernas
Vêm e vão
Com suas bocas
Adoçam e vociferam
Com suas mãos
Afagam e agridem.

As coisas são
Apenas coisas.

E se reciclam.
Mais nobres que as gentes.

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